domingo, 17 de maio de 2009

A Dor e o Tempo

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Quase todos nós já exclamamos algum dia, ainda que intimamente “Ah, se o tempo voltasse”, ou “Ah, se eu tivessemais tempo!”

A nossa vida é tão afêmera quanto uma nuvem que passa. Numa perspectiva bíblica, ela é como uma neblina que, de manhã, aparece e, à tardinha, vai logo embora. Um vapor!
Entre a percepção do tempo que passa e a consciência das nossas carências e necessidades – afetivas e materiais, nasce a dor da frustração. “Não dá mais tempo! Passou! Ficou para trás! É tarde demais!”. São expressões que refletem a dor de quem perdeu a luta contra o tempo.
Um dos dramas humanos mais profundos nasce a culpa pelo tempo perdido, especialmente na esfera das relacionamentos significativos, em que a dimensão afetiva da existência se plenifica, concedendo-nos beleza e sentido. Nesta área, a dor pelo tempo desperdiçadp incomoda profundamente, produzindo uma angustiante sensação de fracasso.
É a dor de um pai que não teve tempo de ver seu filho crescer, não compartilhou suas crises, não consolou suas lágrimas, nem sorriu as suas alegrias. É a culpa de ter sido um pai ausente. Ser pai biológico não é a mesma coisa de ser pai afetivo.
A neurose da pressa rouba de pais e filhos o tempo de se cuidarem mutuamente e fá-los amargar a dor de terem se preocupado mais com as coisas ao redor de si, do que com os sentimentos que devem nutrit no coração.
Não espere seu filho tornar-se viciado, para abraçá-lo carinhosamente, dando-lhe um pouco mais de atenção. Não deixe seu cônjuge adoecer para dizer-lhe: “eu te amo”. Não demore mais em visitar seus pais, seus amigos, seus irmãos. Procure fazer o bem enquanto é dia. A vida tem pressa.
- Por que esperar tanto? E os amigos? Velhos amigos? Lembrados, muias vezes, somente por ocasião da morte! Essa lembrança é inútil para quem se foi; e dolorosa para quem ficou, pelo peso da culpa.
Que motivos de orgulho tem um executivo, cujo filho tornou-se refém das drogas e fou adotado por um traficante? Que alegria há, de verdade, em ser esposo de uma mulher mal-amada? Que vitória estranha de um filho que venceu na vida, mas abandonou os seus pais na escuridão da noite? Qeu virtude há em alguém que passou pela vida e não fez amigos, e viveu isolado, na companhia da solidão?
A pressa doentia nos rouba o tempo necessário para o melhor de todas as experiências sobre a terra: viver. A vida é uma grande dádiva que Deus nos concedeu. Viver é um presente dos céus. No entanto, precisamos valorizar esse presente, tornando-nos nós mesmos um presente de Deus para os outros,sobretudo para com os que estão mais perto de nós. Mas que um ato biológico, a vida é efetividade. Uma oportunidade para amar.
Pr. Estevam Fernandes de Oliveira
Boletim PIBJP. Ano XIII, no. 18.
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